O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, teve, ontem, de explicar as denúncias que rondaram sua gestão como governador de São Paulo e aliados, durante entrevista ao Jornal Nacional.
O presidente nacional do PSDB evitou defender a expulsão de tucanos implicados em escândalos, como o senador Aécio Neves e o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo.
Primeiro, o Aécio não foi condenado. Ele está sendo investigado e vai responder para a Justiça. Nós não passamos a mão na cabeça de ninguém. Quem errou, paga pelo erro. O Eduardo Azeredo já está afastado da político há muito tempo. Ele vai sair do PSDB. Não precisa nem expulsar, afirmou Alckmin.
O tucano também defendeu Laurence Casagrande Lourenço, ex-diretor presidente da Dersa, estatal paulista responsável pela obra suspeita do Rodoanel, que chegou a ser preso em operação da Polícia Federal contra desvios na obra viária. Ele é um homem sério e correto, garantiu Alckmin, que chamou de mentira a denúncia de um delator. O candidato negou uso de Caixa 2 em suas campanhas eleitorais de 2010 e 2014.
Durante suas respostas sobre investigações de corrupção, Alckmin aproveitou para alfinetar o PT, sem citar diretamente o partido adversário. Nós não vamos para porta de penitenciária para contestar a Justiça, não transformamos réu em vítima, não desmoralizamos as instituições, comentou, em alusão à situação do ex-presidente Lula, condenado pela Lava-Jato e preso desde abril na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Durante a sabatina, Alckmin apontou suas realizações como governador de São Paulo como exemplo para o Brasil. Citou, por exemplo, a redução no número de homicídios, a construção de penitenciárias de segurança máxima e os investimentos em moradia e mobilidade, como novas estações do metrô. Ele também defendeu uma Reforma Política, que inclua a redução do número de partidos e o voto facultativo.
Se não mudar o sistema político, não vai melhorar. O sistema político faliu, reconheceu Alckmin, que elegeu a Reforma Política como a primeira reforma que faria em um eventual governo.
Sobre as alianças com partidos do Centrão, que também têm líderes investigados pela Lava-Jato, Alckmin disse que todos os partidos possuem bons quadros, evitando generalizar o comportamento individual para todos os membros da agremiação partidária. É preciso separar o joio do trigo, citou o tucano, criticando a pressa do denuncismo das delações premiadas e julgamentos políticos antes da condenação judicial definitiva.
Ele foi questionado sobre o apoio do PSDB ao PTC do ex-presidente Fernando Collor de Mello em Alagoas. Alckmin negou que Collor seja um aliado e explicou que, se aprovar as reformas, terá de construir uma maioria no Congresso para governar.
Precisa ter maioria para fazer as mudanças de que o Brasil precisa. Quem prometer mudança sem construir maioria é conversa fiada. Ou vamos continuar nesse marasmo ou vamos fazer reforma, disse o tucano.
Alckmin negou que líderes criminosos controlem suas facções de dentro de presídios paulistas. Isso são coisas que vem sendo repetidas e vão virando verdade, disse, explicando que na verdade que os problemas de segurança no Brasil são outros.
O problema do Brasil é droga, é trafico de armas. Isso é tarefa federal. Os Estados estão enxugando gelo, disse Alckmin. Se eu for presidente vou mudar a Lei de Execuções Penais, acabar com a saidinha, endurecer as penas, prometeu.
Agronegócio
Mais cedo, em sabatina promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) com presidenciáveis, Alckmin voltou a falar sobre zerar o déficit primário do País em até dois anos e aprovar reformas já no seu primeiro ano de governo, caso seja eleito.
Estou trabalhando com Ana Amélia (vice na sua chapa) para, em janeiro, apresentar e aprovar reformas, disse. Meta é zerar déficit primário em até dois anos; permitir mais queda dos juros, completou.